29 setembro 2010

Lady Gaga impera no VMA

Lady Gaga é um novo ícone pós-feminista do movimento inaugurado por Madonna que reivindica permanentemente o protagonismo da mulher no mundo musical e social. A consagração da cantora, visivelmente influenciada pela diva do pop, ocorreu na premiação do Video Music Awards - VMA da MTV, realizada no dia 12 de setembro, em Los Angeles,que rendeu a Gaga oito prêmios, incluindo o de melhor clipe do ano, por “Bad romance”.

As ideias pós-feministas que não reconhecem nem a submissão patriarcal, tão pouco o descuido da figura das mulheres feministas que arrancaram seus sutiãs e demais indumentárias em protesto à distinção entre os sexos. Ao contrário, Gaga e seus ideais já representados por Madonna em suas roupas escandalosas e hábitos sui generis parecem ser o pilar de sustentação do seu sucesso mundial. Não é a toa que no clipe de “Bad Romance”, que apresenta vestimentas futuristas e letra com expressões como “eu quero tudo em você, contanto que seja livre”, é objeto de tamanho reconhecimento do público.



O figurino não fugiu à cena na cerimônia. Durante a premiação, Gaga utilizou um vestido que levava pedaços de carne, uma nítida referência ao corpo como peça de consumo. A cantora, apesar de nova, segue colecionando títulos. Neste ano fará sua estréia no World Guinness Book, o livro dos recordes, pelas conquistas em 2010. Entre elas estão a de mulher mais procurada na internet, marca que tirou da governadora do estado do Alasca, Sarah Palin, e artista que por mais tempo permaneceu nas paradas britânicas, desbancando para esse feito, nada mais nada menos, do que a banda Oasis.

Otto traz à Belo Horizonte catarse de seu novo disco

“Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos” foi a trilha sonora da noite belohorizontina do dia 11 de setembro. A nova produção do cantor pernambucano Otto ressoou em letras melancólicas e profundamente autorreflexivas no Lapa Multishow a trajetória em franco amadurecimento do artista.

Com pouco mais de um ano de seu lançamento, o último cd do cantor é para muitos um gesto de amadurecimento melancólico, perturbado e criativo. O lado visceral das letras foi apresentado em performance de incorporação de todas as dores e lampejos que fluem nos momentos de composição. Otto evocou no palco cada correr de sua caneta atirando-a no presente através de seu canto e movimentos de interação com o público.

A apresentação, que ocorreu após exibição da banda mineira Graveola e o Lixo Polifônico, trouxe também faixas de outros discos como “Ciranda de Maluco”, porém em nova versão com os timbres do reconhecido guitarrista Fernando Catatau.

SWU entre promessas e polêmicas



Entre algumas polêmicas e suntuosas atrações, o Festival de Música SWU, segue seu planejamento e montagem dos palcos na Fazenda Maeda, em Itu, no Estado de São Paulo. Os organizadores do evento vêm anunciando as atrações ao longo dos últimos meses e entre as mais aguardadas estão Pixies, Rage Against The Machine, Linkin Park, Dave Mathews Band e Kings of Leon. Serão mais 70 bandas que vão espalhar seus acordes em campo aberto entre os dias 9 a 11 de outubro.

As polêmicas, no entanto, surgem no compasso do anúncios oficiais que elencam as bandas confirmadas. A última delas refere-se ao estacionamento. O valor a ser desembolsado para estacionar o carro à aproximadamente 2 km da portaria do evento é de R$ 100,00.

A organização, no entanto, aproveita o mote do evento sobre a preservação do planeta e promete desconto de 50% para aqueles que tiverem seus carros ocupados com quatro pessoas ou mais. Assim o preço cai para R$ 50,00, enquanto aqueles que insistirem em não preencher seus bancos vazios, levando até três pessoas, pagarão o valor integral.
Apesar dos seguidos protestos de internautas no Twitter em função dos altos preços dos ingressos, que variam de R$ 105,00 a R$ 580,00, e do estacionamento, o Festival aguarda um público de 150 mil pessoas distribuídas ao longo dos três dias.

Stone Temple Pilots – “Stone Temple Pilots”

Não é por acaso que em contextos complicados ou repletos de tensões emergem atitudes criativas e dotadas de um gesto reflexivo sobre a reinvenção do passado. Tal pensamento pode ser aplicado ao novo álbum da banda norte-americana Stone Temple Pilots - STP cujo título é homônimo ao grupo formado por Scott Weiland (vocal), Dean DeLeo (guitarra), Robert DeLeo (baixo) e Eric Kretz (bateria).
Com 18 anos de carreira, marcada por uma lacuna após separação dos integrantes entre 2003 e 2008 em função de brigas e desentendimentos, o STP lança o seu sexto álbum e resgata influências do passado mantendo a mesma pegada que levou o grupo a ser comparado, em sua projeção mundial, a bandas de destaque como Pearl Jam e Alice in Chains.

Composto por 16 faixas, Stone Temple Pilots, o disco, alterna seu repertório, como realizado em experiências anteriores, em composições pesadas e baladas simples e inconfundíveis. A trilha de abertura, “Between The Lines”, não aponta nada de novo, mas parece ser um convite ao fã sedento que durante nove anos de silêncio teve de se contentar com os timbres de Scott Weiland à frente do Velvet Revolver, projeto que liderou tendo como companheiros os ex-integrantes do Guns N' Roses como Slash e Duff McKagan.

“Hickory Dichotomy” já faz ecoar no ambiente algo que remete às antigas influências como Bob Dylan. Porém, em alguns momentos, a composição parece transitar pela psicodelia do consagrado Velvet Underground com versos fortes, mas ao mesmo tempo ritmados e suaves.

A pegada grunge que marcou o som da banda em seus momentos áureos revela-se intensamente em “Take A Load Off”. A música poderia perfeitamente integrar o segundo álbum da banda, “Purple”, que, entre outras contribuições, cede ao lançamento atual a versão ao vivo de “Vasoline”.

Outro exemplo de resgate de um passado não tão distante de influências é “First Kiss On Mars” cujo vocal nos faz recordar de David Bowie em sua fase “Tin Machine”.

Por fim, “Samba Nova”, uma clara referência híbrida aos gêneros musicais brasileiros samba e bossa nova, parece uma incursão da banda à consagrada “Sour Girl”, presente em seu quarto álbum, aprofundando, no entanto, a criatividade através de novas misturas e batidas típicas das composições brasileiras.

As gravações do disco foram realizadas com guitarras Gibson e Telecaster, sendo a capa de autoria do ilustrador Shepard Fairey, conhecido pela arte “Hope” protagonizada por Barack Obama.